sexta-feira, 10 de junho de 2011

O Direito de Mentira

Trabalho com Recursos Humanos e Administração de Pessoal e eventualmente vou para audiências trabalhistas por causa de reclamações de empregados que foram desligados e por algum motivo ou somente por falta do que fazer, ingressam com uma ação trabalhista para efetuar pedidos às vezes justos, mas na maioria das vezes mentirosos e sem fundamento.
As pessoas perdem a noção do que é ter direitos e como estes podem ser úteis e ajudar na obtenção da justiça e da equidade entre as pessoas. O que percebo é que a maioria das reclamações trabalhistas são motivadas pela influência de amigos, advogados descompromissados com a sua função e pela falta de emprego, quando muitos buscam nos processos trabalhistas uma forma de ganhar um “extra” por imaginarem que reclamando terão ganho certo e na primeira audiência.
As vezes isso acontece, mas nem sempre o processo é tão rápido assim.
Outro fator que me desgosta é a incompetência de muitos juízes para o cargo, pois muitas decisões são totalmente infundadas e cheias de entendimentos ruins, possibilitando que muitas ações tenham valores distorcidos para pagamento, causando um grande prejuízo às empresas, somente, pois quando o reclamante perde a ação, geralmente são perdoadas todas as custas processuais pela alegação de serem “pobres na forma da lei”. Declaração de pobreza deveria existir para medir as reclamações que são feitas na base do “copiar e colar” ou para as que seguem um modelo específico, sendo mudadas somente os dados processuais, vara e reclamante. Muitos advogados não se dão nem ao trabalho de formalizar pedidos de acordo com a realidade do seu cliente e terminam por jogar na justiça processos cheios de controvérsias e que possibilitarão julgamentos incorretos.
Para cada advogado pobre de pensamentos, devia ser juntado aos autos do processo uma declaração de pobreza de pensamentos, pois assim os juízes já teriam uma prévia do que viria pela frente e olhariam o processo com olhos mais críticos e que possibilitassem a averiguação de erros gritantes.
Outro fator é a fábrica de testemunhas que existe hoje em dia, pois a maioria delas, mesmo sendo advertida sobre o compromisso com a verdade, mentem sem limites e fazem do processo uma banalidade sem fim. Até hoje, e olhe que já trabalho com isso há muito tempo, não vi nenhuma testemunha, dos processos que participei, ser denunciada por falsidade, mesmo quando todos os fatores mostram que a verdade não foi cumprida e o que existiu na verdade foi o favorecimento.
Vejo advogados criarem situações para terem maneiras de ingressar com reclamações e usam a legislação de forma inadequada para encobrir a sua própria safadeza. Entendo que as leis trabalhistas são necessárias para resguardar as injustiças com o trabalhador, que são muitas, mas usar este meio de forma banal é como se todas as salas de audiência fossem um circo, onde os palhaços sofrem com as injúrias e ainda possuem uma plateia repleta de curiosos e cheios de vontade de comer pipoca e aplaudir a desgraça daqueles que nem sempre tem culpa na trama cheia de fatos irreais e contados a partir de uma versão interesseira e sem compromisso com a verdade.

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