Devolva-me meu habitat, minha antiga casa...
Este deve ser o pensamento dos animais que ultimamente tem aparecido na empresa que trabalho, que é cercada por uma mata atlântica e que aos poucos vai perdendo suas características para dar lugar a novas empresas, que para ocuparem os espaços derrubam árvores, aterram terrenos pantanosos e expulsam os animais do seu cantinho fazendo com que fiquem sem entender o que está acontecendo.
Hoje a iguana da foto estava tentando fazer uma passagem arriscada na BR e quase foi atropelada. Por muita sorte um dos nossos colaboradores a socorreu e salvou sua vida. Outro dia foi um bicho preguiça que apareceu perto do refeitório, chorando e sem entender bem o local onde estava situada, com tanta gente olhando para ela ao mesmo tempo.
Alguns macaquinhos fazem a festa nas árvores diariamente e uma cobra venenosa apareceu para assustar as pessoas que usavam o banheiro masculino na semana passada. É a consequência do progresso que retira do seu lugar original vários animais que ficam sem saber para onde irão após todas as mudanças ocorridas. Se o homem soubesse o mal que causa aos animais quando os retira da sua casa, pensaria melhor antes de tomar algumas atitudes, pois os danos são irreparáveis e comprometem o meio ambiente. No lugar das matas ficam as construções que não param de ocorrer e Pernambuco vive um momento de grandes evoluções nesta área, pois a quantidade de empresas que estão se instalando no Estado nos próximos anos é bem significativa e justifica todos estes estragos ao planeta.
Devolver um animal desses para a mata não é garantia nenhuma de que ele irá sobreviver bem e de que terá chances de encontrar novamente o seu lugar, pois é bem notável que saem em busca de lugares para habitar sem nem saber se estes serão benéficos ou ultimatos de morte.
A pessoa que pegou a iguana poderia ser outra e o animal certamente teria um fim diferente se não contasse com o apoio de alguém que entendesse o seu momento. Talvez fosse morta, usada como troféu...
Ninguém sabe.
O que sabemos na verdade é que o seu lugar não será devolvido e que ela andará por muitos lugares para poder tentar encontrar um cantinho de descanso e que possa chamar de seu novamente, sobretudo, sem contar com a intervenção humana de forma tão desigual.
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