Esta semana quem leu os jornais e acompanhou as notícias, comprovou a greve do IML, Instituto de Medicina Legal, que acumulou corpos sem que fossem feitas as devidas análises para liberação. As fotos divulgadas são uma vergonha não só ao Estado, mas também aos familiares que são obrigados a ter que suportar aquilo e esperar pelos corpos dos seus parentes sem que haja uma atitude das autoridades. Muitos corpos que se dirigem para o IML são de indigentes, outros de crimes, mas muitos deles são de pessoas de bem e que não mereciam no fim da sua vida passar por uma humilhação dessas.
Vi a foto de uma senhora que chorava para enterrar o seu pai que há 11 dias estava no IML, vitima de um atropelamento. A dor dela comovia pelos olhos de revolta e isso era algo que não tem reajuste salarial que pague, pois envolve não só o psicológico das pessoas, mas todo um aspecto legal que é descumprido quando desrespeitamos e expomos as pessoas a tamanho vexame.
Corpos sendo puxados pelos corredores, amontoados, apodrecendo...
A imagem que vi foi péssima. Tive uma experiência anterior no IML, quando na última empresa que trabalhei um dos nossos colaboradores se envolveu num acidente enquanto trabalhava e terminou ocasionando a morte de uma adolescente. Posso dizer que não gostei do atendimento, das instalações e do cheiro do local.
A situação é realmente precária e as instalações precisam de melhorias para que os médicos legistas possam desempenhar melhor os seus trabalhos. Este foi, na verdade, o ponto principal da briga entre médicos e Estado e culminou com uma greve que ainda não teve fim. Setores sensíveis como este quando entram em greve, afetam não só o atendimento interno, mas as pessoas e estas ficam desrespeitadas e incapazes de ter os seus direitos atendidos de forma adequada.
Espero que isto se resolva logo e que a podridão que foi mostrada não seja sentida por todos os habitantes do Recife, pois nas proximidades do instituto o mau cheiro já é costumeiro e tende a piorar.
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