Há quase 14 anos subia para o andar de cima um dos artistas mais criativos dos nos 90, o Chico Science. Sua mistura de rock e ritmos regionais deu luz ao mangue beat, que até hoje encontra seguidores, que inspirados nas suas letras e sons fazem da música pernambucana algo diferenciado e muito bom de ouvir.
Meu primeiro contato com o trabalho do artista foi no Festival de Inverno de Garanhuns, no ano de 1993, quando o encerramento de uma das noites foi feita com a banda "Chico Science e Nação Zumbi". Um espetáculo de luzes, ritmos, inspiração, criatividade.
Fiquei impressionado.
Chico morreu perto do carnaval, quando Olinda esquentava os tambores para a maior manifestação popular do país. Eu ainda morava em Garanhuns e recebi a notícia com muita tristeza, já que o artista fazia parte do meu rol de preferências e sempre escutava seus discos no meu quarto em alto e bom som.
Era com o maracatu eletrônico que ele conquistava multidões e aliado aos afoxés cibernéticos, teve a chance de deixar seu legado para muitos e com isso ser reconhecido até hoje pelo seu imenso talento. Não há carnaval que não tenha as músicas desta banda, que tinha como líder alguém realmente diferente e que fazia bonito na hora de cantar e de interpretar as mais variadas letras, que falavam do Recife, do Brasil e das suas grandes diferenças sociais e culturais.
Hoje Chico é cantado por muitos e todos colocam um pouco do seu talento à disposição deste que está em algum lugar por aí, irradiando sua energia e sua imensa força de espírito. Não há melhor maneira de demonstrar sua vitalidade do que mostrando a fotografia do seu túmulo no cemitério de Santo Amaro. O colorido e a alegria estão presentes até hoje e fazem do local onde o mestre da música descansa um lugar de visitação e de boas lembranças.
O maracatu atômico jamais ficará cansado e sua força persistirá durante muito tempo e tenho certeza que nunca se apagará. Não deixe de conferir os três CD's oficiais da banda. Dois em estúdio e um com remixes e gravações ao vivo. Gosto de todos e sempre escuto, tendo a certeza de que era muito cedo para ele ter ido e que o seu lugar ainda era aqui, entre nós.
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